Na primeira fila, Eurico Brilhante Dias, futuro líder parlamentar do PS abriu os trabalhos para anunciar a socialista Edite Estrela como presidente do Parlamento em exercício, numa espécie de prémio de consolação à mulher que chegou a ser dada como certa para presidir à Assembleia nos próximos quatro anos e meio.
Edite subiu à mesa da presidência, mimetizou cada palavras que o anterior presidente do Parlamento Eduardo Ferro Rodrigues usava para abrir cada sessão plenária, pedindo a abertura das galerias e cumprimentando até os jornalistas e chamando depois os secretários da mesa escolhidos pelo PSD e do PS - Duarte Pacheco e Maria da Luz Rosinha, respetivamente.
A sessão serviu apenas para instalar a comissão eventual de verificação de poderes dos deputados, que por esta hora está reunida e logo a seguir os trabalhos foram suspensos, será retomada à tarde para a eleição do sucessor de Eduardo Ferro Rodrigues.
Uma eleição que carece da maioria dos deputados em efetividade de funções, ou seja, basta o voto absoluto do PS para fazer eleger Augusto Santos Silva no cargo, acabando assim o curto período de "homem livre" que ontem o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros invocou, logo após a exoneração do mandato no Governo.
Foi possível ver o futuro presidente do Parlamento fazer o registo como deputado mesmo antes da sessão começar na zona de acolhimento, instalada como é habitual no Salão Nobre do Palácio de São Bento.
A sessão desta manhã arrancou com uma ausência notada, a de Rui Rio. O líder do PSD não esteve no arranque dos trabalhos, alegando "afazeres profissionais", nas palavras do secretário-geral adjunto do PSD, José Silvano, aos jornalistas, uma falta parlamentar curiosamente no mesmo dia em que Luís Montenegro anunciou oficialmente a candidatura à liderança do partido.
Antes e depois do arranque da sessão plenária da manhã, foi possível ver vários futuros ministros a percorrer os corredores do andar nobre da Assembleia, casos de José Luís Carneiro, que esta quarta-feira irá tomar posse como ministro da Administração Interna ou a futura ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares e líder parlamentar cessante do PS, Ana Catarina Mendes.
Os partidos de esquerda já anunciaram, entretanto, a entrega de iniciativas parlamentares.
O Bloco de Esquerda anunciou três logo de na sua vez: o projeto de lei que prevê a despenalização da morte assistida, a revogação do regime de vistos Gold e a reposição dos debates quinzenais.
Também o PCP fez saber que antes da sessão desta tarde vai revelar as suas iniciativas para esta legislatura.