Javier Milei, candidato de extrema-direita, é o vencedor das eleições residenciais da Argentina. Sergio Massa, adversário do centro-esquerda, já reconheceu a derrota.
"Javier Milei é o presidente eleito pela maioria dos argentinos para os próximos quatro anos", admitiu Massa, em discurso para os apoiantes.
Com 91,81% dos votos apurados, Javier Milei lidera com 55,86% dos votos. Sergio Massa tem, por agora, 44,13%.
A Câmara Nacional Eleitoral (CNE) argentina indicou que 76% dos 35,8 milhões de argentinos habilitados para votar acudiram às urnas para escolher entre o candidato presidencial oficialista, Sergio Massa, e o líder de La Libertad Avanza (ultraliberal), Javier Milei.
A confirmar-se esta participação nos resultados finais, que serão divulgados durante a próxima semana, será a participação mais baixa desde o regresso à democracia após a última ditadura militar (1976-1983), segundo a agência EFE.
Javier Milei tem feito propostas que vão desde eliminar o Banco Central da República Argentina para acabar com a inflação, a relaxar as leis de posse de arma, fazendo lembrar o ex-Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
O líder d’A Liberdade Avança diz, após a vitória, que está pronto para governar já, e tem o objetivo de substituir o peso pelo dólar dos Estados Unidos da América. Milei quer ainda privatizar as produções agrícolas que têm prejuízo.
Autodeclarado “anarco-capitalista”, Javier Milei também se declara como opositor do aborto – com a exceção dos casos em que a vida da mãe está em risco -, e fez a promessa de “proteger as vidas das crianças desde a conceção”.
Milei considera que a educação sexual nas escolas é uma conspiração para destruir a “família tradicional” e nega a existência do aquecimento global, que diz ser uma “mentira do socialismo” e uma ideia da esquerda radical e do “marxismo cultural”.
O líder d’A Liberdade Avança defende, inclusive, que a compra e venda de órgãos seja legal. “A minha primeira propriedade é o meu corpo. Se por algum motivo quiser desfazer-me de uma parte do meu corpo, qual é o problema?”, declarou numa entrevista.
O programa político do movimento de Milei conta com propostas para “devolver a autoridade” às forças de segurança, como baixar a idade de responsabilidade criminal dos menores, e levar a cabo uma reforma também no sistema prisional.
[Atualizado às 23h40]