Os pais de um atirador de uma escola do Michigan, nos Estados Unidos, que matou quatro estudantes, em novembro de 2021, foram condenados por homicídio involuntário.
Esta sexta-feira, o tribunal considerou o pai James Crumbley culpado por ter ignorado as necessidades de saúde mental do seu filho, de 15 anos, e por lhe ter comprado a arma semiautomática que utilizou no ataque ao Oxford High School.
O júri demorou pouco mais de um dia a tomar a decisão, depois de uma semana de julgamento.
James Crumbley e a sua mulher, que foi condenada pelas mesmas acusações, podem enfrentar uma pena máxima de até 15 anos de prisão. A sentença será conhecida a 9 de abril.
O caso remota a 2021, quando Ethan Crumbley, de 15 anos, levou uma pistola semiautomática para a escola e matou quatro colegas. O jovem declarou-se culpado e foi condenado a prisão perpétua sem possibilidade de ser libertado.
A procuradora Karen McDonald considerou o ataque "evitável e previsível" e defendeu que James Crumbley não tomou as medidas mínimas para garantir que o filho não constituía uma ameaça, depois de lhe oferecer uma pistola semiautomática como presente, dias antes do ataque.
Os procuradores também acusaram os pais de não terem feito o suficiente para lidar com o declínio da saúde mental do filho, relatando que, na manhã do dia do tiroteio, os dois pais participaram e abandonaram uma reunião escolar sobre um desenho perturbador que o jovem teria feito, recusando-se a levá-lo para casa.
Um professor descobriu desenhos de Ethan Crumbley retratando uma arma, uma bala e uma figura a sangrar ao lado das palavras "Sangue por toda parte", "A minha vida é inútil" e "Os pensamentos não vão parar — ajudem-me".
Perante a recusa dos pais de o levarem para casa, os funcionários terão enviado o jovem de volta para as aulas.
Ven Johnson, advogado dos pais de uma das vítimas, considerou que James e Jennifer Crumbley desempenharam um "papel causal" na morte dos estudantes. "Este veredito de culpado não vai trazer de volta a vida destes quatro estudantes, mas representa mais um passo no sentido de responsabilizar todos os que o podem ser ao abrigo da lei", afirmou.
Esta é a primeira vez que os pais de um atirador em massa são responsabilizados criminalmente.