Detido engenheiro suspeito de atear fogos na Sertã e Proença-a-Nova
19-07-2021 - 13:51
 • Lusa

Homem, de 38 anos, terá provocado vários incêndios "com recurso a engenhos eletrónicos incendiários".

Um homem de 38 anos, suspeito de ter ateado no domingo quatro incêndios florestais nos concelhos de Sertã e Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, foi detido esta segunda-feira informou a Polícia Judiciária (PJ).

O homem, engenheiro eletrotécnico, é suspeito de ter sido o autor de pelo menos 16 incêndios, incluindo o grande fogo que assolou Mação, em 2017, e que consumiu 33 mil hectares, afirmou a Judiciária.

De acordo com a polícia, o homem é suspeito de ter colocado "engenhos eletrónicos incendiários" que estiveram na origem dos quatro incêndios florestais que eclodiram no domingo, cerca das 14h30, nos concelhos da Sertã e de Proença-a-Nova.

Os engenhos, é referido na nota, foram "colocados pelo suspeito, em zonas povoadas com mato, medronheiros, eucaliptos, pinheiros e outras espécies, com continuidade vertical e horizontal, confinante com zonas urbanas, com várias aldeias em redor".

A área ardida é de cerca de 60 hectares e o fogo "teria proporções mais gravosas caso não tivesse havido uma rápida intervenção dos meios de combate - bombeiros e meios aéreos", pode ler-se.

No ano passado, nos concelhos de Oleiros e Proença-a-Nova, os fogos resultaram, respetivamente, em 5.000 e 14.000 hectares de áreas ardidas.

A investigação que levou a um levantamento exaustivo de várias áreas ardidas entre 2017 e este ano, leva a crer que o homem poderá ser o autor de pelo menos 16 incêndios - o mesmo número de engenhos encontrados -, afirmou o coordenador do gabinete de investigação de incêndios da Diretoria do Centro da PJ, Fernando Ramos, em conferência de imprensa.

“É provável que haja mais”, admitiu, salientando que muitos dos engenhos podem passar despercebidos ou acabaram destruídos com o incêndio.

A atuação do suspeito, que vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das adequadas medidas de coação, "colocou em perigo a integridade física e a vida de pessoas, habitações e a grande mancha florestal", conclui a PJ.

Em nenhum dos incêndios identificados em que o detido é suspeito de ter sido o autor houve vítimas mortais ou feridos graves.

De acordo com o "site" de ocorrências da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio na Sertã lavrou durante toda a tarde e movimentava, cerca de 21h00 de domingo, 278 operacionais, 78 meios terrestres e dois meios aéreos.

[Notícia atualizada às 18h59]