O ministro da Defesa português, Gomes Cravinho, garantiu esta quinta-feira que, "para já, não há nenhum tipo de resposta militar" ao episódio do desvio de um avião pela Bielorrússia e classificou o assunto como "gravíssimo".
"O que aconteceu foi gravíssimo", disse Gomes Cravinho à entrada de uma reunião de ministros de Defesa da União Europeia (UE), em Lisboa, referindo-se ao sequestro de um avião da Ryanair, no domingo, onde o Governo do Presidente da Bielorrússia ordenou a detenção do jornalista e opositor do regime Roman Protasevich.
Interrogado sobre se os ministros da Defesa da UE iriam tomar uma posição conjunta sobre o caso do desvio do avião, Gomes Cravinho respondeu que essa era uma matéria para ser apreciada pelos chefes das diplomacias dos 27 países.
"Isto é uma matéria para os ministros dos Negócios Estrangeiros, embora os ministros da Defesa possam querer ficar melhor informados sobre a natureza do regime da Bielorrússia. Mas esta é uma matéria que não tem, para já, nenhum tipo de resposta militar", garantiu o ministro português, que serve de anfitrião para a reunião com os seus homólogos, quando Portugal assume a presidência rotativa do Conselho Europeu.
Para o ministro da Defesa português, tratou-se de um "ataque da ditadura à oposição", recorrendo a "prerrogativas soberanas para favorecer interesses do regime".
"Quando se coloca em risco um bem comum global, como o poder sobrevoar o espaço aéreo em segurança, causa-se um dano muito significativo para a comunidade internacional", explicou o governante.