A agência de notação financeira Moody’s está mais pessimista que o Governo para 2018 e espera um crescimento mais moderado e subida do défice, segundo se lê no relatório anual da agência para Portugal, divulgado esta sexta-feira.
A Moody’s aponta para o abrandamento do PIB, de 1,7%, este ano, para 1,4% no próximo. Já o Governo acredita que vai aumentar para 1,9%.
O défice deverá ficar nos 2% em 2018, o dobro das previsões do Executivo que espera uma descida para 1%.
Ainda assim, a agência admite que a consolidação orçamental em curso e a aceleração da redução da dívida podem beneficiar o "rating", que neste momento continua a ser considerado lixo.
Mas esta é uma moeda com duas faces, se o Governo perder o apoio político para as medidas “orçamentais prudentes” ou mostrar sinais de abandono da consolidação orçamental, vai penalizar o "rating".
Ouvido esta manhã pela Renascença sobre estes números, Vítor Bento relativiza a diferença de visões: "É natural que os Governos tenham sempre uma perspectiva mais optimista, porque têm interesse em influenciar favoravelmente as expectativas. Por isso as previsões governamentais têm de ser vistas sempre com um grão de sal, porque têm sempre um enviesamento no sentido do optimismo – aliás, é por isso que se defende que as previsões usadas para o orçamento não sejam do Governo mas de entidades independente."