O dom da paz é o que mais preocupa o Papa e é também uma das principais intenções que o cardeal Pietro Parolin traz a Fátima.
Na conferência de imprensa que decorreu esta tarde no Santuário, o Secretário de Estado do Vaticano confirmou que está em curso um plano de paz e que a Santa Sé ofereceu a sua disponibilidade “como lugar de mediação”. É tradição da Santa Sé, à semelhança do que aconteceu nas duas últimas guerras mundiais, oferecer os seus esforços diplomáticos para mediar a favor da paz. Mas sobre um plano de paz entre a Ucrânia e a Rússia, “ainda não houve respostas”.
Interrogado sobre a presença em Roma do presidente Zelenski neste sábado, 13 de maio, e de um eventual encontro com o Papa, o cardeal Parolin respondeu que “existe a possibilidade, mas ainda não confirmada”.
Francisco vem a Fátima em agosto só para rezar
A presença dos símbolos da JMJ no Santuário de Fátima nestas celebrações de 12 e 13 de maio, serviram de pretexto, para sublinhar a importância da Mensagem de Fátima e a sua ligação com o pontificado de Francisco.
“É impensável vir a Portugal e não vir a Fátima”, disse o Secretário de Estado do Vaticano que recordou, não só a visita do Papa no centenário das aparições, em maio de 2019, mas também “o seu último gesto de impacto mundial ao consagrar a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, a 25 de março do ano passado”.
D. José Ornelas, acrescentou nesta conferência de imprensa, que, “desta vez, a presença do Papa será mais discreta e ele vem essencialmente para rezar.” O Bispo de Leiria-Fátima, acrescentou que a vinda de Francisco a Fátima será eventualmente acompanhada "pelos menos jovens que não tencionam participar em Lisboa na Jornada Mundial da Juventude”.
A proximidade do Papa para com as vítimas
Interrogado sobre os detalhes da visita do Papa e um eventual encontro com algumas vitimas de abusos, durante a JMJ, o Secretário de Estado do Vaticano informou que os detalhes das viagens do Papa não passam pelas suas mãos e são coordenados pelo Substituto da Secretaria de Estado (arcebispo Peña Parra), em coordenação com os bispos locais. O cardeal Parolin recordou, no entanto, como nas últimas JMJ, o Papa tem dedicado especial atenção às vítimas e que, em Lisboa, “certamente não deixará de manifestar a sua proximidade aos que mais precisam”.
Interrogado sobre o número total de abusadores ligados à igreja, o cardeal Parolin referiu que os números ainda não foram publicados porque “ainda não temos à nossa disposição os números gerais”. Mas acrescentou que, apesar de ainda ser preciso confirmar os resultados de todas as investigações nacionais, “parece que os casos serão à volta de 4%, a nível global.”