Os médicos internos vão voltar a receber incentivos para escolherem hospitais com carências na sua área de especialidade, onde terão que trabalhar durante três anos após o fim da formação. A notícia é avançada na edição desta quarta-feira do jornal “Público”.
De acordo com o jornal, se os internos quebrarem esse contrato, ficam impedidos de exercer no Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante três anos.
Estas são algumas das alterações ao Regime Jurídico do Internato Médico que constam da proposta de decreto-lei do Ministério da Saúde, a que o jornal teve acesso.
Ouvido pela Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, receia que a medida seja contraproducente.
“É uma medida que se pode revelar contraproducente porque esta medida pode afastar mais os jovens especialistas do Serviço Nacional de Saúde ao invés de os cativar para ficarem a trabalhar no SNS”, diz.
Miguel Guimarães diz ainda que é necessário repensar a falta de médicos no interior do país.
“É uma situação que de facto nos preocupa e julgo que o Ministério da Saúde e o próprio Governo têm de pensar as zonas mais carenciadas, mais periféricas de uma forma diferente daquela que tem sido pensada. Tem que ser uma coisa global, para a sociedade, no sentido de a qualidade, de uma forma global, aumentar e permitir que as pessoas continuem, de uma forma natural, a trabalhar nas zonas mais carenciadas”, remata.
De acordo com o jornal “Público”, a proposta, datada de 6 de Dezembro, ainda irá a Conselho de Ministros. Caso seja aprovada, há outras novidades: o ano comum vai mesmo manter-se, os candidatos podem ter que pagar para fazer o exame de acesso ao internato e passa a estar definido na lei que os internos podem fazer, no máximo, 12 horas semanais de urgência.