O ministro da Educação, João Costa, quer mudar e melhorar a formação inicial de professores. O governante considera que essa é uma medida necessária para combater problemas de saúde mental entre professores e alunos.
Em declarações à Renascença, o ministro diz que o diálogo com o Ministério do Ensino Superior está em curso e identifica uma área essencial que precisa de ser melhorada.
“Mais do que a formação para as emoções, a formação para a diversidade. Os alunos que chegam à escola não são uma massa homogénea, trazem questões socioemocionais, trazem contextos de pobreza, trazem contextos de multilinguismo e, tradicionalmente, os professores não são formados para integrar a diversidade na questão curricular”, diz o ministro.
João Costa falava a propósito do primeiro estudo feito para avaliar o impacto da pandemia entre alunos e professores. O documento conclui que cerca de um terço dos alunos e quase 70% dos professores consideram que as suas vidas na escola ficaram pior depois da pandemia Covid-19.
No imediato, para ajudar a minimizar estes resultados, o ministro da Educação anunciou o prolongamento dos planos de desenvolvimento pessoal, social e comunitário que trouxe às escolas mais 1.100 técnicos.
“São programas, centrados no bem-estar, no bem-estar dos alunos, no bem-estar na escola, que são reconhecidos pelos diretores, nas reuniões que fizemos com os diretores por todo o país, e que em todas as sessões que fizemos os diretores nos pediram a continuidade destes programas por estarem a dar frutos nesta área”, explica.
Ainda sobre o papel dos docentes, João Costa alinha com a coordenadora do estudo, Margarida Gaspar de Matos, que considera os diretores de escolas peças essenciais.
O governante revelou que, no futuro, o perfil do diretor pode vir a sofrer alguns ajustes para melhorar a escolha dos candidatos a estes cargos.
João Costa anunciou ainda que este estudo sobre o bem-estar socioemocional de alunos e professores vai voltar a ser feito daqui a dois anos para avaliar a evolução da situação.