O porta-voz do Exército esclareceu no sábado à noite que as exonerações de cinco comandantes decididas pelo chefe do ramo, Rovisco Duarte, são temporárias e vigoram até serem concluídas as averiguações ao furto de material de guerra em Tancos.
As unidades em causa ficarão a ser chefiadas pelos atuais segundos comandantes até haver conclusões sobre os processos de averiguação abertos na sequência do furto ocorrido nos Paióis Nacionais de Tancos (Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém), detectado na quarta-feira, disse o porta-voz do ramo, Vicente Pereira, contactado pela Lusa.
"Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos", anunciou o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, em declarações à RTP.
Questionado pela Lusa, o porta-voz do ramo esclareceu que as exonerações não são definitivas e constituem "afastamentos temporários" e que só no final das averiguações "poderá haver decisões, ou voltam a funções ou não voltam a funções".
Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reacção Rápida, tenente-coronel Correia, o comandante do Regimento de Infantaria 15, coronel Ferreira Duarte, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, o comandante do Regimento de Engenharia 1, coronel Paulo Almeida, e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército, coronel Amorim Ribeiro.
O Exército anunciou na quinta-feira que foi detectada na quarta-feira ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.
Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.