E se a venda do Novo Banco falhar?
01-09-2015 - 08:04
 • Pedro Mesquita

Chamar à mesa do diálogo o grupo que apresenta a segunda melhor proposta, chamar os dois concorrentes rejeitados na primeira fase ou suspender o processo de venda. As três hipóteses que se colocam têm implicações diversas.

O prazo para o encerramento do processo de venda do Novo Banco terminou à meia-noite e a única certeza que subsiste é a de que a instituição acumula mais de 250 milhões de euros de prejuízo no primeiro semestre. O banco que sucedeu ao BES até conseguiu aumentar os depósitos, mas a queda no crédito e a exposição à antiga PT contribuíram para as perdas.

Sobre a venda aos chineses da Anbang, há apenas relatos de tensas negociações e o jornal "Diário de Notícias" adianta que a venda poderá ter sido adiada.

Aguarda-se um esclarecimento do Banco de Portugal, mas, se a venda falhar, abrem-se três possibilidades.

A primeira é o Banco de Portugal chamar à mesa do diálogo o grupo que apresenta a segunda melhor proposta para negociar, ou seja, o fundo Apollo. Pode, em alternativa, chamar os dois concorrentes rejeitados na primeira fase, juntando ao fundo Apollo a Fosun. Foram ambas excluídas, mas as suas propostas vinculativas continuam a ser integralmente válidas.

Há ainda uma terceira via: suspender o processo de venda, forçando o Banco de Portugal a aumentar o período de vigência do banco de transição por mais três anos. Teria, nesse caso, de ser realizado um aumento de capital com recurso ao Fundo de Resolução.