Pelo menos uma pessoa morreu e 15 ficaram feridas após um bombardeamento russo ter atingido esta madrugada a cidade de Mikolaev, no sul da Ucrânia, revelou o governador da região, Vitali Kim.
Por volta da 01h00 (23h00 de quarta-feira em Lisboa), os alarmes aéreos foram ativados devido à aproximação de quatro mísseis S-300 terra-ar, de acordo com a informação inicial divulgada pelo governador na plataforma Telegram.
O autarca de Mikolaev, Oleksandr Senkevich, referiu, também no Telegram que um dos mísseis atingiu um prédio residencial de vários andares, enquanto outro caiu numa habitação isolada.
Pouco mais de meia hora depois do primeiro bombardeamento, as defesas antiaéreas da cidade foram novamente acionadas, sendo que os serviços de emergência continuam a operar nas áreas atingidas pelos mísseis.
Mykolaiv está localizada junto ao Mar Negro, a cerca de 170 quilómetros da Crimeia, península ucraniana anexada por Moscovo em 2014.
As forças russas têm frequentemente atacado a cidade desde que começaram a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Na terça-feira, um outro bombardeamento russo destruiu um museu e causou dois mortos e 10 feridos no centro da cidade de Kupyansk, no leste da Ucrânia, um ataque que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou de "bárbaro".
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.