Dois meses depois da série de atentados que matou centenas de pessoas no Sri Lanka, na maioria cristãos que estavam a celebrar a Páscoa nas igrejas que foram atingidas, a comunidade cristã continua a viver diariamente com medo.
A responsável da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre pelo departamento de projetos para a Ásia esteve de visita ao país e detetou que “a população em geral está em estado de choque”, mas “especialmente os cristãos.”
Veronique Vogel diz que mesmo ao nível das forças de segurança continua a existir uma grande preocupação. “As medidas de segurança foram muito rigorosas durante a visita, as forças de segurança e os militares estão em toda parte”, mas isso não impede que as pessoas sintam “medo, especialmente entre a população cristã”.
No seguimento dos ataques as Igrejas do país estiveram fechadas durante algumas semanas, mas entretanto já reabriram. Contudo, Vogel registou casos de profundo trauma. “Muitos disseram-me que têm medo de entrar nas igrejas ou que se sentem aterrorizadas quando ouvem os sinos a tocar”, disse, reconhecendo também que encontrou muitos cristãos que apesar de terem perdido familiares, permanecem firmes na fé.
Apesar de ter havido uma onda de detenções após os ataques, com cerca de centena e meia de pessoas colocadas atrás das grades enquanto se investigam os bombardeamentos, no Sri Lanka reina a convicção de que houve mais pessoas envolvidas e que ainda estão em liberdade, incluindo “pessoas extremamente perigosas que podem atacar novamente em qualquer momento”, diz Vogel, em declarações reproduzidas pelo ramo português da fundação.
A delegação da AIS esteve em Colombo e Negombo, duas das cidades que mais foram afetadas pela vaga de atentados no Domingo de Páscoa. Vogel afirma que “a viagem foi organizada para que pudéssemos ver por nós próprios o estado em que se encontram as paróquias católicas e assegurar a nossa solidariedade às respetivas comunidades, pois os ataques terroristas foram especificamente direcionados para os cristãos.”
Os atentados de Domingo de Páscoa atingiram três igrejas cristãs, durante o culto, mais alguns hotéis e causaram pelo menos 253 mortos e cerca de 500 feridos.
O estado culpa um grupo fundamentalista islâmico local.