O pedido de desculpa de Susan Sarandon não foi suficiente: a produtora PTO Films, que tinha a atriz de 77 anos em mente para a curta-metragem "Slipping Away", já não conta com ela nesta película.
Em causa estão comentários feitos pela vencedora de um Óscar, que, numa manifestação pró-Palestina, teceu comentários sobre judeus que não foram bem recebidos pela comunidade, noticia esta terça-feira a agência Efe.
"Como empresa, a PTO Films gostaria de deixar claro que as opiniões de Susan Sarandon não refletem as opiniões da nossa organização", salientou o fundador da produtora de filmes independentes, David Barroso, que, ao jornal New York Post, deixou claro que a empresa "decidiu seguir outras opções", apesar de nunca ter chegado a haver "negociações formais" com a atriz.
Em 17 de novembro, a atriz participou numa manifestação em Nova Iorque em apoio ao povo palestiniano onde disse que "muitas pessoas têm medo de ser judias neste momento e estão a começar a sentir o sabor de como é ser muçulmano neste país, tantas vezes sujeitas à violência".
Após este comentário numa publicação na rede social Instagram, a principal agência de talentos de Hollywood, a United Talent Agency, deixou de representar a famosa atriz, à qual se soma agora a decisão da PTO Films.
Sarandon pediu desculpa e justificou a sua forma de se expressar. O comentário feito pelo atriz sugeria que, até recentemente, os judeus não sabiam o que era perseguição "quando a verdade é o contrário".
A vencedora de um Óscar de melhor atriz Dead Man Walking (1995) citou ainda "séculos de opressão e genocídio na Europa" contra os judeus e o tiroteio na sinagoga de 2018 em Pittsburgh, Pensilvânia, como exemplos.
A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza começou a 7 de outubro, na sequência de um ataque surpresa do grupo islamita - classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - em território israelita que fez mais de 1.200 mortos e mais de 240 reféns levados para a Faixa de Gaza.
Até à data, 122 reféns permanecem no enclave, bem como os corpos de outros 15 reféns confirmados como mortos. Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou logo em seguida uma ofensiva aérea e terrestre contra o pequeno território palestiniano com 2,3 milhões de habitantes.
O Hamas disse esta terça-feira que os bombardeamentos israelitas mataram 16.248 pessoas em Gaza.