O Governo prepara-se para aprovar, nesta quinta-feira, a abertura de mais vagas nas universidades e politécnicos. São boas notícias para muitos candidatos que estavam em risco de ficar de fora, já que este ano houve um número recorde de estudantes a concorrer na primeira fase.
Mas donde vêm estas vagas?
São vagas destinadas a concursos especiais, nomeadamente para estudantes estrangeiros, maiores de 23 anos ou diplomados de outros cursos. Estas vagas nem sempre são ocupadas e, por isso, podem ser reafetadas para os alunos que se candidataram à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, que terminou na sexta-feira, dia 20.
Este reforço de vagas já teve luz verde da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Só falta a aprovação pelo Conselho de ministros, o que deverá acontecer na reunião desta quinta-feira.
Já se sabe quantas vagas serão abertas?
O número certo não, mas, pelas contas do ministro do Ensino Superior, podem abrir pelo menos mais duas mil vagas das cerca de cinco mil que se destinavam aos concursos especiais.
Fontaínhas Fernandes, presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, diz à Renascença que podem ser mais e que o ideal seriam mais 2.500 vagas a distribuir entre universidades e politécnicos.
Claro que a última palavra cabe às instituições, já que são elas que disponibilizam as vagas e acolhem os alunos.
Esta solução não é novidade. No ano passado, também foram acrescentadas cerca de 4.700 vagas ao lote inicial, embora nem todas tenham sido ocupadas, para responder a um número recorde de candidatos ao ensino superior.
Estamos a falar de vagas no ensino público?
Sim, mas não só. A Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior indica que as instituições do ensino privado também podem aumentar os lugares disponíveis, recorrendo ao mesmo expediente – ou seja, reafetando vagas que não foram ocupadas nos seus concursos.
Aconselha ainda que sejam reforçadas as vagas nos cursos que tiveram maior procura nos últimos anos, com mais capacidade de penetração no mercado de trabalho, mas também defende que estas vagas possam ser reafetadas em instituições do ensino superior do Interior do país.
Mas, se no ano passado já foram abertas vagas extra, porque não se acautelou logo isso neste ano?
Essa possibilidade não foi antecipada, porque o Ministério do Ensino Superior não acreditava que houvesse dois anos consecutivos com tantos alunos a quererem seguir os estudos.
Este ano, inscreveram-se 63.878 estudantes, mais 1.203 do que no ano passado e é preciso recuarmos até 1996 para encontrarmos um número tão elevado de candidatos ao ensino superior.
O problema é que foram abertas apenas 52.200 vagas.
Quem se pode candidatar a estas vagas extra?
Todos os alunos que terminaram o 12.º ano e fizeram os exames necessários. Os alunos que se candidataram à 1.ª fase do concurso vão ter três dias em setembro – logo na segunda semana – para rever as opções que fizeram.
Neste período especial, quem quiser também pode concorrer pela primeira vez.
A Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior defende que estas novas vagas devem ser utilizadas já nesta 1.ª fase do concurso, cujos resultados serão conhecidos a 27 de setembro.
No caso de algumas sobrarem e serem transferidas para a 2.ª fase do concurso nacional, devem ser privilegiadas as instituições fora das principais áreas metropolitanas.
Em 2020, ingressaram 87 mil estudantes no ensino superior.