O Governo apresentou esta quinta-feira 20 novas equipas de sapadores florestais, mas a Liga para a Protecção da Natureza diz que faltam muitas mais.
A estimativa é de Eugénio Sequeira, para quem o número de equipas a apresentar pelo Governo está muito aquém das reais necessidades do país.
“Pelo menos uma por município, e os municípios grandes deviam ter duas ou três, sobretudo nas zonas florestais. Mais de 200! Duzentas e muitas equipas de sapadores florestais”, pede Eugénio Sequeira.
Assumindo a sua militância socialista, o presidente da Liga para a Protecção da Natureza critica o Governo de António Costa por não ter conseguido avançar com o Banco de Terras, no âmbito da reforma das florestas.
“Vamos falar francamente: isso só funcionará num país como o nosso se o D. Fernando voltar à terra, com a Lei das Sesmarias. Que raio, até temos um Governo de esquerda, eu sou socialista e pergunto: o que é que eles estão lá a fazer”, pergunta Eugénio Sequeira.
O presidente da Liga considera que o Governo apoiado pelos partidos de esquerda não tem funcionado nesta matéria “e o pior é se tem visto é o PCP, o partido que tentou fazer a reforma agrária”.
Ao início da tarde desta quinta-feira, o primeiro-ministro desloca-se a Alvoco das Várzeas, em Oliveira do Hospital, onde também vai entregar 20 viaturas de primeira intervenção para combate a incêndios.
Há 10 anos foi criada em Oliveira do Hospital a primeira Zona de Intervenção Florestal (ZIF) do país.
O ano de 2017 tem sido particularmente duro em termos de incêndios e de área ardida. Segundo dados avançados na terça-feira pela Protecção Civil, já arderam 118 mil hectares, foram registadas 8.551 ocorrências de fogo florestal e detidas 71 pessoas. O incêndio mais trágico foi o de Pedrógão Grande, onde morreram 64 pessoas, segundo dados oficiais.
[notícia corrigida às 14h38 - arderam 118 mil hectares e não 18 mil]