O Fundo Monetário Internacional (FMI) revê em baixa as previsões para o crescimento da economia portuguesa até ao final do ano, sobretudo devido aos efeitos à guerra na Ucrânia.
De acordo com o FMI, o PIB nacional deverá crescer 4% em 2022, abaixo dos 4,9% estimados pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado, apresentada na semana passada.
A instituição corrige as suas próprias previsões para a economia portuguesa, que anteriormente eram de 5,1%.
O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as previsões para o crescimento económico mundial este ano em 0,8 pontos percentuais (pp), para 3,6%, devido sobretudo ao impacto da guerra na Ucrânia, segundo as Previsões Económicas Mundiais.
De acordo com a atualização das projeções económicas mundiais, a instituição liderada por Kristalina Georgieva vê a economia mundial a crescer 3,6% este ano e em 2023, um corte de 0,8 pp e de 0,2 pp, respetivamente, em comparação com as previsões de janeiro.
A desaceleração do crescimento face aos 6,1% em 2021 assume que o conflito na Ucrânia permanece confinado ao país, que as novas sanções à Rússia não abrangem o setor de energia e os impactos económicos e de saúde da pandemia diminuem ao longo de 2022.
Previsão de inflação nos 4%
Em linha com o Governo, o FMI prevê uma inflação de 4% para Portugal durante este ano. Trata-se de uma revisão em alta face aos 1,3% previstos em outubro, mas abaixo dos 5,3% estimados para a zona euro.
O Fundo Monetário Internacional vê a inflação medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) a acelerar de 0,9% em 2021 para 4% este ano, uma revisão em alta de 2,7 pontos percentuais (pp.) quando comparado com as projeções divulgadas em outubro do ano passado.
A previsão da instituição com sede em Washington coloca a taxa de inflação em Portugal abaixo da média da zona euro, para a qual o FMI espera 5,3% este ano.
No entanto, antecipa uma descida da taxa de inflação para 1,5% em 2023 em Portugal e para 2,3% na zona euro.
Entre as principais economias da zona euro, o FMI espera este ano uma inflação de 5,5% na Alemanha, de 4,1% em França e de 5,3% em Itália e em Espanha. Para 2023, antecipa uma descida para 2,9% na Alemanha, 1,8% em França, 2,5% em Itália e 1,3% em Espanha.