O Banco Central Europeu anunciou esta quinta-feira a subida das taxas de juro em 75 pontos base, levando a taxa diretora para os 2% e a taxa de depósitos para os 1,5%.
Esta é a terceira subida das taxas de juro desde o início do verão, pondo fim a uma década de política monetária expansionista. Em julho começou com um aumento de 50 pontos base e em setembro acelerou para uma subida de 75 pontos base, que é agora repetida.
Desde 2008 que as taxas de juro não estavam tão elevadas na União Europeia e o BCE pode não parar aqui, com o banco central a decidir sobre novas subidas a cada reunião.
Em declarações em Frankfurt, a diretora do banco central, Christine Lagarde, não descartou novas subidas das taxas diretoras de maneira a atingir uma inflação de 2%, defendendo uma "recalibração" das taxas de maneira a "garantir a estabilidade económica".
"Esperamos continuar a subir as taxas de juro de maneira a assegurar o recuo da taxa de inflação para o nosso objetivo médio. Com este terceiro grande aumento consecutivo, fizemos progressos substanciais", afirmou.
A taxa de juro que se aplica aos depósitos bancários, uma das três taxas diretoras do BCE, durante vários anos em terreno negativo, que se encontrava nos 0,75%, fica mais perto de 2%, que é o nível considerado neutro para a atividade.
Os últimos dados apontam para uma taxa de inflação homóloga de 9,9% em setembro na zona euro, muito longe dos 2% que o BCE fixou como meta.
Em reação à subida, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, questionou se a decisão não terá custo na vida das pessoas, acabando por "fazer mal à saúde ao tentar curar o doente".