Crédito. BCE confirma aumento das taxas de juro para 2%
27-10-2022 - 13:34
 • Diogo Camilo

Esta é a terceira subida das taxas de juro este ano por parte do Banco Central Europeu. Desde 2008 que as taxas de juro não estavam tão elevadas na União Europeia. Lagarde avisa que taxas "vão continuar a aumentar".

O Banco Central Europeu anunciou esta quinta-feira a subida das taxas de juro em 75 pontos base, levando a taxa diretora para os 2% e a taxa de depósitos para os 1,5%.

Esta é a terceira subida das taxas de juro desde o início do verão, pondo fim a uma década de política monetária expansionista. Em julho começou com um aumento de 50 pontos base e em setembro acelerou para uma subida de 75 pontos base, que é agora repetida.

Desde 2008 que as taxas de juro não estavam tão elevadas na União Europeia e o BCE pode não parar aqui, com o banco central a decidir sobre novas subidas a cada reunião.

Em declarações em Frankfurt, a diretora do banco central, Christine Lagarde, não descartou novas subidas das taxas diretoras de maneira a atingir uma inflação de 2%, defendendo uma "recalibração" das taxas de maneira a "garantir a estabilidade económica".

"Esperamos continuar a subir as taxas de juro de maneira a assegurar o recuo da taxa de inflação para o nosso objetivo médio. Com este terceiro grande aumento consecutivo, fizemos progressos substanciais", afirmou.


A taxa de juro que se aplica aos depósitos bancários, uma das três taxas diretoras do BCE, durante vários anos em terreno negativo, que se encontrava nos 0,75%, fica mais perto de 2%, que é o nível considerado neutro para a atividade.

Os últimos dados apontam para uma taxa de inflação homóloga de 9,9% em setembro na zona euro, muito longe dos 2% que o BCE fixou como meta.

Em reação à subida, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, questionou se a decisão não terá custo na vida das pessoas, acabando por "fazer mal à saúde ao tentar curar o doente".