Venda de alimentos pode ficar limitada se greve dos camionistas se prolongar
02-08-2019 - 15:49
 • Ana Rodrigues , Cristina Nascimento

Federação das Indústrias Agro-Alimentares diz que, nesse cenário, o maior problema vai ser com os produtos que não podem ser armazenados.

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Se a greve dos motoristas, marcada para 12 de agosto por tempo indeterminado, se prolongar, alguns alimentos vão começar a ser racionados ao fim de três dias.

O alerta parte do diretor da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), Pedro Queiroz. O dirigente garante que esse cenário não está para já “em cima da mesa”, mas, admite que é pode acontecer.

“Se a greve efetivamente vier a ocorrer e, depois, se prolongar excessivamente, poderá ter que haver, nos pontos de venda, uma limitação ao número de unidades de certos produtos que o consumidor possa levar exatamente para precaver que todos possam ter acesso a bens alimentares”, afirma Queiroz.

Em declarações à Renascença, Queiroz explica que logo no primeiro dia de greve pode haver constrangimentos, mas o maior problema vai ser com os produtos que não podem ser armazenados.

“Temos os chamados produtos perecíveis que são produtos que, por norma, têm validades na ordem dos 5/6/7/10 dias no máximo, alguns deles. São produtos de consumo quase imediato, que as famílias, por norma, se abastecem semanalmente. Num cenário extremo, em que esta greve tivesse um impacto a esse nível e se prolongasse excessivamente, naturalmente que esses produtos, estando em falta nas prateleiras, também não têm grande margem para ser armazenados”, refere.

O diretor da FIPA garante que está preocupado com o impacto da possível greve e pede ao Governo que tenha o setor em consideração quando decidir os serviços mínimos para esta paralisação.

A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que começa em 12 de agosto, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.