A ministra da Defesa defendeu este domingo o reforço e a construção de novas pontes entre os aliados internacional e a Marinha Portuguesa, de forma a "elevar ainda mais" o papel de Portugal enquanto produtor de segurança marítima.
"Num mundo tão globalizado e dinâmico, onde o comércio marítimo possui tanto peso na economia global, é fundamental garantir a utilização livre e segura do mar", disse Helena Carreiras, na cidade de Faro.
Ao discursar na cerimónia oficial das celebrações do Dia da Marinha, a ministra da Defesa, defendeu a necessidade de Portugal "continuar a construir novas pontes entre os parceiros e aliados, promovendo iniciativas como as das presenças marítimas coordenadas da União Europeia ou formatos inovadores como o Centro do Atlântico".
De acordo com a governante, o reforço dessas relações "permitirão elevar ainda mais o papel internacional de Portugal enquanto produtor de segurança marítima".
"Estamos conscientes de que a própria conjuntura internacional tem gerado um aumento significativo das solicitações para o emprego das Forças Armadas em cenários novos e diferentes, com reflexo ao nível das capacidades, da flexibilidade do seu emprego, da interoperabilidade e da prontidão operacional", apontou.
Helena Carreiras adiantou que o projeto de uma Plataforma Naval Multifuncional, cujo financiamento foi aprovado em Conselhos de Ministros em 12 de maio, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), "é fundamental para apoiar a Marinha a reforçar a sua capacidade operacional".
Helena Carreiras defendeu ainda a necessidade de "continuar a valorizar a condição militar e a dignificar as Forças Armadas", com a possibilidade de progressão nas carreiras e a sua dignificação".
"Teremos também de encetar, em conjunto, todos os esforços para conseguirmos avançar na implementação dos planos de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar e Setorial da Defesa Nacional para a Igualdade, e podermos assim recrutar as melhores pessoas, retê-las condignamente e assegurar que têm os instrumentos para uma bem-sucedida transição posterior para a vida civil", concluiu.
Na sua intervenção, o chefe de Estado-Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, disse estar convicto de que Portugal "vai focar-se cada vez mais no mar, a fronteira de oportunidade que se abre ao futuro".
"A nossa geografia assim o exige e a história assim nos lembra", notou Gouveia e Melo.
O almirante disse acreditar que a aposta na valorização dos recursos humanos, na sua capacitação técnica, tecnologicamente evoluída, a par de remunerações justas e compatíveis "são essenciais para a motivação, recrutamento e retenção de pessoal" na Marinha Portuguesa.