As novas sanções contra a Rússia adoptadas pelo Senado norte-americano "vão complicar" as relações entre Moscovo e Washington, defendeu o Presidente russo, Vladimir Putin.
"É claro que [as sanções] vão certamente complicar as relações russo-americanas. Considero que isso é nocivo", declarou Putin numa entrevista gravada na quinta-feira e transmitida hoje na televisão russa.
Embora afirmando ser "prematuro falar agora de uma resposta" russa a tais sanções, Putin advertiu que a Rússia terá de "se ajustar, fazer mais alguma coisa" em matéria de represálias.
"Quaisquer que sejam as decisões tomadas do outro lado do oceano, elas não nos conduzirão a um impasse nem a um colapso", assegurou o Presidente russo.
O Senado norte-americano adoptou na quinta-feira novas sanções contra a Rússia, bem como um mecanismo inédito que ata as mãos do Presidente, Donald Trump, para uma suspensão futura de quaisquer sanções impostas a Moscovo.
O texto inclui nomeadamente um parágrafo ameaçando penalizar empresas europeias que participem em projectos como o do polémico gasoduto Nord Stream 2.
O documento será agora analisado pela câmara baixa do Congresso, a Câmara dos Representantes, onde o seu futuro é incerto.
Na quinta-feira, na sua emissão televisiva anual de perguntas-respostas, Vladimir Putin tinha já condenado as sanções norte-americanas contra a Rússia, estimando que elas provinham de uma política de "contenção" de Washington em relação a Moscovo.
As sanções norte-americanas foram também veementemente condenadas por Berlim, apoiada por Paris, que acusa Washington de tentar favorecer as suas empresas, punindo os grandes grupos europeus empenhados no projecto de gasoduto Nord Stream 2.