A Espanha assumiu a presidência rotativa semestral do Conselho da União Europeia a 23 dias de eleições antecipadas pelo primeiro-ministro Pedro Sanchéz, após uma derrota expressiva da coligação de esquerda, liderada pelo PSOE, nas regionais de Maio.
As sondagens mostram fortes probabilidades do cenário se repetir nas legislativas, dentro de duas semanas, a 23 de julho, na que é a última presidência em pleno antes do final do atual mandato das instituições da União Europeia.
Ainda assim, poucos antecipam que uma eventual vitória da direita altere as prioridades de Madrid, até porque não é a primeira vez que se realizam eleições no país em exercício da presidência rotativa, caso da França em 2022, ou a Croácia em 2020. Mas em nenhum caso houve mudança do partido no poder, como é previsível agora em Espanha.
Mas, mais do que a consequência de uma eventual alteração do desenho político em Madrid na presidência rotativa da União, importa olhar para os efeitos em Espanha e na Península Ibérica da possível mudança de poder. Estamos na antecâmara de novo ciclo? O que esperar da campanha? Como fica a relação de Madrid com a Catalunha em caso de vitória do PP? Até onde irá a recomposição da direita espanhola? E o VOX?
A análise a estas e outras questões é de Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law, Nuno Botelho, líder da ACP – Câmara de Comércio e Indústria do Porto e Álvaro Beleza, presidente da associação cívicaSEDES a olharem ainda para a tensão em França e para a CPI à TAP.