A Comissão de Transparência vai verificar o registo de interesses da deputada Andreia Neto (PSD) e a Renascença sabe que o processo vai desenrolar-se esta quarta-feira de manhã. Em causa está uma possível omissão de um dos cargos da parlamentar social-democrata numa empresa de recuperação de crédito.
O jornal Público avançou, na terça-feira, que Andreia Neto detém uma parte de uma empresa de recuperação de crédito, mas também que é gerente dessa entidade - função profissional que pode estar em rota de colisão com o Estatuto dos Deputados.
A Renascença apurou que a Comissão de Transparência quer perceber se a função de gerência estava, ou não, presente na declaração de interesses que foi entregue no Parlamento pela deputada quando tomou posse.
A própria diz que não se lembra se isso ficou claro. "Sinceramente não me recordo se coloquei ou se não coloquei", revela à Renascença.
No entanto, Andreia Neto ressalva que isso não a deixa intranquila neste processo. "Não tenho nada a esconder, até porque não existe incompatibilidade ou impedimento nas duas funções (de dona ou gerente da empresa)", esvazia a deputada formada em Direito, que foi vereadora na Câmara Municipal de Santo Tirso entre 2017 e 2019.
A verificar-se que essa função não está presente no registo de interesses, a Comissão de Transparência vai pedir para a deputada "corrigir o registo de interesses" e vai depois "analisar se isso é incompatível ou não".
"Naturalmente que se for incompatível, a deputada tem de cessar a sua função", esclarece uma fonte parlamentar.
Esse passo não assusta a deputada do PSD, Andreia Neto, que insiste que "não existe incompatibilidade ou impedimento nas duas empresas", e garante estar "à vontade e muito tranquila" quanto a este pedido de esclarecimento por parte da Comissão de Transparência da Assembleia da República.