Comissão da Transparência vai "verificar" registo de interesses da deputada do PSD
02-11-2022 - 06:40
 • Tomás Anjinho Chagas

Parlamento vai pedir clarificação das funções da deputada Andreia Neto (PSD) em relação a uma empresa de recuperação de créditos. Se for verificada incompatibilidade, a parlamentar pode perder o mandato mas Andreia Neto diz-se "tranquila".

A Comissão de Transparência vai verificar o registo de interesses da deputada Andreia Neto (PSD) e a Renascença sabe que o processo vai desenrolar-se esta quarta-feira de manhã. Em causa está uma possível omissão de um dos cargos da parlamentar social-democrata numa empresa de recuperação de crédito.

O jornal Público avançou, na terça-feira, que Andreia Neto detém uma parte de uma empresa de recuperação de crédito, mas também que é gerente dessa entidade - função profissional que pode estar em rota de colisão com o Estatuto dos Deputados.

A Renascença apurou que a Comissão de Transparência quer perceber se a função de gerência estava, ou não, presente na declaração de interesses que foi entregue no Parlamento pela deputada quando tomou posse.

A própria diz que não se lembra se isso ficou claro. "Sinceramente não me recordo se coloquei ou se não coloquei", revela à Renascença.

No entanto, Andreia Neto ressalva que isso não a deixa intranquila neste processo. "Não tenho nada a esconder, até porque não existe incompatibilidade ou impedimento nas duas funções (de dona ou gerente da empresa)", esvazia a deputada formada em Direito, que foi vereadora na Câmara Municipal de Santo Tirso entre 2017 e 2019.

A verificar-se que essa função não está presente no registo de interesses, a Comissão de Transparência vai pedir para a deputada "corrigir o registo de interesses" e vai depois "analisar se isso é incompatível ou não".

"Naturalmente que se for incompatível, a deputada tem de cessar a sua função", esclarece uma fonte parlamentar.

Esse passo não assusta a deputada do PSD, Andreia Neto, que insiste que "não existe incompatibilidade ou impedimento nas duas empresas", e garante estar "à vontade e muito tranquila" quanto a este pedido de esclarecimento por parte da Comissão de Transparência da Assembleia da República.