Depois da polémica sobre a venda de imóveis com prejuízo a um fundo anónimo, há uma nova polémica a envolver o Novo Banco. O jornal “Público” escreve que a Seguradora GNB Vida, atual Gama Life, foi vendida com 70% de desconto a um gestor condenado pela justiça norte-americana por corrupção.
A venda por 123 milhões, em outubro do ano passado, gerou uma perda para o Novo Banco de quase 270 milhões de euros. O montante do prejuízo acabou por ser compensado com mais uma injeção de capital por parte do Fundo de Resolução, maioritariamente financiado pelo Estado.
Citado pelo jornal, o Fundo de Resolução explica que o Novo Banco estava obrigado por Bruxelas a vender a participação na seguradora.
Esta venda está na origem de uma carta-denúncia à Autoridade Europeia de Mercados e Títulos (regulador europeu). Os autores do documento de quatro páginas consideram os factos que reportam “muito sérios e prejudiciais para os contribuintes portugueses”.
A missiva destaca a discrepância entre números: a 14 de outubro de 2019, a totalidade do capital da Gama Life foi vendida por 123 milhões de euros, quando o valor contabilístico da empresa, conforme inscrito no relatório do primeiro semestre de 2019, era de 391,2 milhões de euros, um cálculo já ajustado às reavaliações do ativo que, na altura, cumpria os rácios de capital e de solidez. Por seu turno, o Novo Banco, no fecho das contas de 2016, apontava a cifra de 620,48 milhões de euros como o custo de aquisição da empresa.
Por conhecer continua a auditoria da consultora Deloitte, que devia ter terminado em maio. Foi depois adiada para julho, mas ainda não foi concluída.