O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou que o aumento da presença da Rússia no Ártico representa um “desafio estratégico” para a Aliança Atlântica.
Jens Stoltenberg falava na Base Aérea de Cold Lake, no noroeste do Canadá, onde estão baseados os caças do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad), responsáveis pela patrulha do Ártico.
No final de uma visita de três dias ao Canadá, o responsável da Aliança Atlântica sublinhou que o caminho mais curto para mísseis e bombardeiros russos chegarem à Europa Ocidental é através da região do Ártico.
Além disso, Stoltenberg explicou que a Rússia está a utilizar o Ártico para testar novas armas, como mísseis hipersónicos.
"A Rússia estabeleceu um novo Comando Ártico. Abriu centenas de novas bases no Ártico, bem como antigas instalações militares da era soviética, incluindo bases aéreas e portos de águas profundas", referiu o secretário-geral da NATO numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.
Na quinta-feira, Stoltenberg viajou com Trudeau para a remota cidade canadiana de Cambridge Bay, no território autónomo de Nunavut, onde o Norad tem uma estação de radar de alerta antecipado, para detetar mísseis e aviões russos.
Esta foi a primeira vez na história da NATO que um secretário-geral da aliança fez uma visita ao Ártico canadiano.
Jens Stoltenberg sublinhou ainda a crescente importância do norte do planeta para a NATO, lembrando que, uma vez que a Suécia e a Finlândia completem a sua adesão à organização, sete dos oito países do Ártico estarão integrados na Aliança Militar. O único país do Ártico que ficará de fora é precisamente a Rússia.