A Câmara dos Representantes, dos Estados Unidos da América (EUA), aprovou este sábado um pacote de ajuda militar de 95 mil milhões de dólares à Ucrânia, Israel e Taiwan. A lei de 61 mil milhões de apoio à Ucrânia estava bloqueada desde outubro de 2023 pela ala radical e isolacionista do Partido Republicano.
O apoio, desbloqueado pelo líder da Câmara, Mike Johnson, foi dividido em quatro leis: 60 mil milhões de dólares em ajuda para Kiev, 26 mil milhões para Israel e ajuda humanitária em zonas de conflito - incluindo a Faixa de Gaza -, e 8 mil milhões para a região do Indo-Pacífico.
A quarta lei, que obriga atual dona chinesa a desinvestir do TikTok e torna o apoio à Ucrânia num empréstimo, foi a primeira medida a ser aprovada pelos deputados da câmara baixa do Congresso dos EUA.
112 republicanos votaram contra o apoio à Ucrânia. Apenas 101 membros do Partido Republicano votaram a favor, juntando-se a 210 Democratas.
A lei de ajuda a Israel teve a oposição de 37 Democratas e 21 Republicanos, contrariando a habitual quase unanimidade de apoio a Israel no Congresso.
As quatro medidas vão agora ser unidas numa única lei e enviadas para o Senado, que as deve votar na terça-feira, segundo o "The New York Times".
Só depois da aprovação final na câmara alta do Congresso é que a lei chega à Sala Oval da Casa Branca, para a promulgação por Joe Biden.
O Presidente norte-americano garantiu, no dia em que as votações dos apoios foram marcadas, a assinatura imediata das medidas de apoio à Ucrânia, Israel e Taiwan. Este sábado, a Casa Branca já fez saber que Biden urgiu o Senado a aprovar rapidamente a lei.
Em outubro, a administração liderada por Joe Biden pediu ao Congresso que aprovasse um pacote de ajuda militar de praticamente 100 mil milhões de dólares para a Ucrânia, Israel e Taiwan. A ala radical do Partido Republicano, leal a Donald Trump, rapidamente fez saber que se opunha - e desde aí que a Ucrânia tem publicamente implorado por mais apoios, alertando para a falta de meios para combater a Rússia.
O Senado tinha aprovado, em fevereiro deste ano, uma lei semelhante de ajuda externa à Ucrânia, Israel, Taiwan e outros aliados dos EUA. Mas a Câmara dos Representantes recusou votar o texto, procurando associar medidas de endurecimento da política de migração dos Estados Unidos.
Agora, Mike Johnson rebateu as pressões da ala isolacionista dos Republicanos, e desenhou propostas que refletem um compromisso para unir os votos dos Republicanos favoráveis à ajuda externa aos dos Democratas.
"Não é a legislação perfeita. Não é a legislação que escreveríamos se os Republicanos estivessem a cargo da Câmara, do Senado e da Casa Branca", disse Johnson aos jornalistas na sexta-feira. Mas o líder da Câmara dos Representantes confessou que "este é o melhor produto possível que conseguimos ter nestas circunstâncias para cumprir estas obrigações muito importantes".
[notícia atualizada às 19h12]