A Liga dos Bombeiros Portugueses está a ultimar um levantamento das dívidas do Ministério da Saúde às corporações, relativas a transportes de doentes.
À Renascença, António Nunes revela que o valor em dívida já apurado situa-se nos dez milhões de euros.
"As administrações regionais de saúde, no ano passado, eram responsáveis pelo pagamento dos serviços prestados pelos bombeiros no transporte de doentes não urgentes. Agora passaram para as unidades locais de saúde e esta transição levou a que vários serviços do ano passado, com seis, oito meses de atraso, não estejam a ser liquidados", explica.
António Nunes sublinha que este atraso "está a causar alguma perturbação em alguns corpos de bombeiros ou de associações humanitárias" e que o levantamento até sexta feira passada dava conta de "cerca de dez milhões já considerados".
O presidente da Liga dos Bombeiros diz ainda que este financiamento é imprescindível para um número significativo de associações humanitárias, uma vez que esse dinheiro serve "para pagar aos fornecedores e também para remunerar alguns dos bombeiros que têm contrato de trabalho".
"A não existir esse dinheiro, as associações vão ter que recorrer ou às reservas que eventualmente tenham ou, no caso de que não tenham, fazer alguns acordos com algumas instituições e até fazer alguns empréstimos", sublinha.
António Nunes garante, por isso, que vai fazer chegar esse número ao Ministério da Saúde e à direção executiva do SNS, para "que se possa resolver o mais rapidamente possível".
Já num outro plano, António Nunes volta a ameaçar parar o transporte de doentes que tenham alta hospitalar. Em causa o facto de o INEM ter falhado, na sexta-feira, pela terceira vez, a apresentação de um documento para um acordo com a Liga dos Bombeiros.