Desde sábado que dezenas de passageiros da TAP estão retidos em Munique, na Alemanha.
Isabel Martins está com o marido e um casal amigo naquela cidade alemã. Deviam ter regressado a Lisboa no sábado de manhã, mas o voo foi cancelado, devido a um forte nevão.
Nessa altura, a TAP passou os passageiros para a Lufthansa, membro da Star Alliance e os voos da companhia aérea alemã também têm sido sucessivamente adiados.
“O nosso voo foi cancelado. A TAP passou-nos para a Lufthansa, ou seja, o voo era, depois, através da Lufthansa; um novo reagendamento, o voo da Lufthansa, entretanto, também foi cancelado. Tentamos fazer o reagendamento, voltou a ser cancelado. Estivemos seis horas na fila e ao fim das seis horas na fila, fecharam os gabinetes e disseram-nos que que não podiam fazer mais nada”, conta à Renascença Isabel Martins.
Segundo esta passageira, nenhuma das duas companhias assumiu qualquer despesa de alojamento, deslocações ou alimentação.
“Depois de fecharem os gabinetes, nós tentámos falar com alguém, nós e muitos outros passageiros, só que, entretanto, depois de nós debatermos, eles disseram para nós irmos para um hotel ou assim e depois que fizéssemos uma reclamação e possivelmente poderíamos ser reembolsados, mas sem garantia”, diz Isabel Martins, acrescentando que ninguém contactou os passageiros para ajudar ou prestar esclarecimentos.
Assim, as despesas têm sido todas à conta dos passageiros e já somam algumas centenas de euros.
“Já são duas noites no hotel. Eu penso que com alimentação, se calhar rondará os 400 euros, não andará muito longe”, diz.
Isabel Martins admite que tem essa disponibilidade financeira, mas nem todos poderão suportar a estadia e a alimentação durante dois dias.
“As pessoas que não têm essa disponibilidade financeira honestamente, não sei, não sei mesmo, mas penso que ser muitíssimo complicado ou devem dormir no aeroporto”, lamenta.
Isabel Martins, que tem o voo de regresso agendado para esta segunda, às 17h30, se, entretanto, não for de novo cancelado, considera toda a situação que está a viver como “uma falta de respeito e de ética da TAP para com os passageiros”.