Mulher de Rendeiro foi detida
03-11-2021 - 11:08
 • Renascença

A “Operação D´arte Asas”, ligada ao caso Rendeiro, decorreu em Lisboa, Oeiras, Estoril e Alcáçovas, contou com a participação de cerca de 50 inspetores e peritos da PJ.

Maria de Jesus Rendeiro, mulher do ex-banqueiro do BPP, foi detida por existir um "forte perigo de fuga". Vai agora ser presente às autoridades para primeiro interrogatório judicial e conhecer medidas de coação.

Recentemente foi presente a juiz, mas alegou não ter condições psicológicas para responder às questões. Por isso, não chegou a explicar em tribunal o rasto de 15 obras de arte arrestadas em 2010.

A “Operação D´arte Asas”, que decorreu em Lisboa, Oeiras, Estoril e Alcáçovas, contou com a participação de cerca de 50 inspetores e peritos da PJ.

Dezenas de inspetores efetuaram buscas domiciliárias à família de Florêncio de Almeida - o ex-motorista do banqueiro em fuga e do pai (presidente da Antral) ambos com o mesmo nome.

Segundo a nota do Ministério Público, as buscas estão relacionadas com a “prática de crimes de branqueamento e de descaminho, relacionados com fundos que se suspeita terem sido retirados do Banco Privado Português, assim como com as obras de arte apreendidas a João Rendeiro no âmbito de processo no qual se encontra condenado”.

Esta operação visa a recolha da prova dos factos e a recuperação de produto do crime.

Em causa estará a compra de um apartamento no mesmo condomínio de luxo do patrão, a Quinta Patino, em Cascais, por 1,15 milhões de euros, o qual cedeu à mulher do ex-banqueiro o direito de lá viver.

O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), que em 28 de setembro foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta, fugido à justiça.

A operação está a ser executada pela Polícia Judiciária, sob a direção de dois magistrados do Ministério Público. “Nesta investigação, o DCIAP, além da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, conta, igualmente, com a colaboração da Autoridade Tributária”, esclarece o MP.