O acordo entre Groundforce com a TAP foi fechado esta sexta-feira com três votos a favor, a abstenção do presidente do Conselho de Administração, Alfredo Casimiro, e um voto contra, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
O Conselho de Administração da Groundforce deu hoje 'luz verde' ao acordo com a TAP, que prevê a compra dos equipamentos da empresa de ‘handling’ e desbloqueia assim o pagamento de salários e despesas no curto prazo.
Segundo adiantou à Lusa a mesma fonte, os dois administradores da Groundforce nomeados pela TAP, acionista minoritário (49,9%), aprovaram o acordo, a que se juntou o presidente executivo da empresa de 'handling', Paulo Neto Leite, que já tinha manifestado na véspera a sua intenção de validar o acordo proposto pela TAP.
Por seu lado, o presidente da Pasogal, acionista maioritário da Groundforce (50,1%), absteve-se e o outro administrador nomeado pela Pasogal, Gonçalo Carvalho, votou contra o acordo para desbloquear provisoriamente o impasse na empresa e permitir pagar os salários aos 2.400 trabalhadores, que desde fevereiro ainda só receberam 500 euros, bem como os impostos que têm de ser pagos nos próximos dias.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Pasogal disse que "a votação é do foro íntimo da empresa e não deve ser discutida em praça pública".
O acordo prevê que a TAP compre os equipamentos da Groundforce por cerca de sete milhões de euros, uma solução de curto prazo, que permite resolver os problemas mais urgentes da empresa, enquanto se procura uma solução para as restantes verbas de que necessita, para fazer face aos prejuízos causados pela pandemia.
Entretanto, após o final da reunião do Conselho de Administração da Groundforce, a TAP informou que já procedeu “às transferências necessárias ao pagamento dos salários” na SpDH/Groundforce.
“No seguimento do princípio de acordo anunciado ontem [quinta-feira] ao abrigo do qual a TAP S.A. procederia à aquisição dos equipamentos de 'handling' de propriedade da SpDH, por um montante então anunciado, montante esse necessário e suficiente para que a SpDH pudesse cumprir com o dever de pagamento dos salários dos trabalhadores, correspondentes aos meses de fevereiro e março de 2021” assim como “dos impostos correspondentes a este último mês”, a TAP informou que “após ter recebido assinados os contratos relativos à aquisição dos equipamentos acima mencionados, procedeu hoje às transferências necessárias ao pagamento dos salários em causa”, refere o comunicado.
A empresa garantiu ainda que “processará no dia próprio os pagamentos devidos aos trabalhadores da SpDH e relativos aos salários de março de 2021”.