O Ministério Público francês pede prisão perpétua para 12 suspeitos de envolvimento nos ataques terroristas de novembro de 2015, em Paris.
O principal arguido, Salah Abdeslam, pode passar o resto da vida na cadeia, sem possibilidade de liberdade condicional, a pena mais pesada e raramente aplicada pela justiça francesa.
Salah Abdeslam, de 32 anos, é o único sobrevivente de uma célula terrorista de dez homens que atacaram vários alvos em Paris, como a sala de espetáculos Bataclan durante um concerto da banda Eagles of Death Metal, as imediações do Stade de France e uma zona de bares e restaurantes.
O cidadão francês nascido na Bélgica é considerado um ator principal da vasta operação de regresso de jihadistas à Europa, a partir da Síria, através de rotas usadas por migrantes.
Terá acompanhado três bombistas que se fizeram explodir no Stade de France. O plano passava depois por Salah Abdeslam realizar ele próprio um ataque suicida no norte de Paris.
O arguido disse em tribunal que desistiu da missão de explodir uma bomba num no norte de Paris, mas os procuradores alegam que o cinto de explosivos simplesmente não funcionou.
O Ministério Público considera que a sua alegação de que foi recrutado por uma célula jihadista apenas alguns dias antes dos ataques era “estranha” e “ilógica”.
Os ataques da noite de sexta-feira 13 de novembro de 2015 provocaram 130 mortos e 490 feridos.
Além de Salah Abdeslam, os procuradores pedem a prisão perpétua para outros 11 suspeitos de participação do planeamento e logística dos atentados reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico.