Em dia de greve dos enfermeiros, poucos foram os utentes que se queixaram de constrangimentos no Hospital de Braga. Houve, mesmo, quem não se tivesse apercebido da paralisação. Cenário diferente foi verificado no bloco operatório, onde apenas três salas funcionaram.
“Estavam todas as enfermeiras no local. Nem me apercebi que era greve”, contou à Renascença Luís Pereira, após a realização de exames.
O mesmo cenário descreveu Manuel Gonçalves à saída do Hospital de Braga. “Está tudo a trabalhar bem”, assegurou. Já Tatiana, após a consulta com o filho recém-nascido, garantiu que “correu tudo dentro da normalidade”.
A exceção foi para alguns dos utentes que recorreram ao serviço de colheita, como foi o caso de Juliana. “Na verdade, esperei mais do que o normal. Esperei mais de uma hora. Estava mais confuso, o serviço estava mais cheio”, contou.
Apesar de ainda não ter o balanço do primeiro dia de greve no hospital de Braga, Raquel Galego, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, fala de uma “boa adesão” ao protesto com impacto, sobretudo, no bloco operatório.
“Das 10 salas do bloco operatório, apenas, três estão a funcionar. Fora as urgências que se mantêm sempre”, revelou a enfermeira, que adiantou que nos serviços de internamento faltou, em média, “um em seis enfermeiros”.
No Hospital de Braga trabalham perto de mil enfermeiros, que cumprem esta terça-feira o primeiro de dois dias de greve. Os profissionais exigem o pagamento de retroativos, desde janeiro de 2018, e a paridade entre as carreiras de enfermagem e de técnico superior da administração pública.