André Ventura diz que declaração de Cavaco foi "certeira e incompleta"
21-05-2023 - 16:42
 • Lusa

O líder do Chega considera que "António Costa deveria ter a coragem de se demitir" porque é "um Governo assente em mentira e em propaganda".

O líder do Chega, André Ventura, considerou este domingo que a declaração do ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva sobre a governação socialista foi "ao mesmo tempo certeira e incompleta", insistindo que o executivo "chegou ao fim".

Num vídeo enviado à imprensa, o presidente do Chega defendeu que as palavras de Cavaco Silva - que no sábado criticou duramente o Governo liderado por António Costa - foram certeiras por dizer "o óbvio".

"Este Governo chegou ao fim, António Costa deveria ter a coragem de se demitir e é um Governo assente em mentira e em propaganda", considerou.

Mas para André Ventura, a mensagem do antigo primeiro-ministro do PSD e ex-chefe de Estado "é também incompleta e incerta".

André Ventura argumenta que "foi o Chega o primeiro partido a apresentar uma moção de censura na Assembleia da República ["chumbada" em 06 de julho de 2022] precisamente com os argumentos" de que o país estava "no caminho errado, da mentira e da propaganda".

O presidente do Chega acrescenta ainda que "Cavaco Silva ignora o seu próprio papel na criação da "geringonça" e depois, naturalmente, no Governo do PS", dizendo que foi o ex-Presidente "quem deu posse à maioria liderada por António Costa, composta pelo BE e pelo PCP".

"Estamos de acordo que este Governo chegou ao fim, mas tudo temos feito para que este Governo chegue efetivamente ao fim e apresentar uma alternativa aos portugueses. Outros partidos à direita parecem muitas vezes andar hesitantes sobre se este é ou não o caminho", salientou.

Ventura reiterou o compromisso do Chega para que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "possa rapidamente compreender que tem à direita uma alternativa".

No sábado, o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva acusou o Governo de ser especialista em "mentira e propaganda", num discurso muito crítico do executivo no 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), em Lisboa.