Percentagem da variante Delta ainda vai subir mais, diz especialista
20-06-2021 - 19:25
 • Manuela Pires , Filipe d'Avillez

O virologista Pedro Simas sublinha que esta variante não é mais resistente às vacinas que as outras e que mais do que confinamentos regionais, o que é importante é continuar a cumprir com as regras de uso da máscara e distância social.

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A variante Delta já é superior a 60% das infeções de Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, e em breve a percentagem será ainda superior.

Segundo o virologista Pedro Simas, olhando para os dados divulgado este domingo pelo Instituto Ricardo Jorge, tal como aconteceu antes com a chamada variante inglesa, as novas variantes disseminam-se mais rapidamente e por isso estes números vão subir.

“É natural que os novos casos de infeção que apareçam sejam maioritariamente pela variante Delta. Já está nos 60% e vai chegar rapidamente a níveis como vimos anteriormente na variante Alfa, de mais de 90%.”

O especialista diz, porém, que nada há a fazer para contrariar este facto a não ser insistir nas medidas de precaução. “Não muda nada em termos das regras que se utilizam para conter e para mitigar a transmissão comunitária. O que vai conter o crescimento das infeções em Lisboa e Vale do Tejo e em qualquer região do país, é o respeito pelas regras do distanciamento e pelo uso da máscara.”

A medida adotada pelo Governo de confinar a Área Metropolitana de Lisboa não tem utilidade prática. “Fechar a região de Lisboa e Vale do Tejo, numa tentativa de impedir que a variante se alastre a outras regiões do país não vai ser muito eficiente, nem em Portugal nem em nenhum país da Europa, porque esta variante vai sempre predominar, mesmo quando atingirmos os 70% de imunidade populacional, é a variante que vai circular na população.”

A boa notícia, explica Pedro Simas, é que até agora as variantes novas não se têm revelado mais resistentes às vacinas, nem é expectável que tal venha a acontecer. “Felizmente, até agora não apareceu nenhuma variante que provoque doença mais grave e que ponha em causa a eficácia de quase 100% que as vacinas dão às pessoas vacinadas em relação à doença severa e à morte, portanto isso são boas notícias, nem é previsível que apareça uma variante mais virulenta nesse sentido”.

Portugal registou nas últimas 24 horas mais de 900 casos de nova infeção por Covid-19 e um total de três óbitos por causa da doença.