O cenário está "crítico" em Moçambique depois de terem sido anunciados os resultados finais das eleições de 9 de outubro que deram a vitória a Daniel Chapo, revela esta terça-feira à Renascença Wilker Dias, da plataforma eleitoral Decide.
"Aquilo que foi dito anteriormente, que esse ano não teríamos Natal. Será uma realidade", lamenta.
A plataforma identificou "132 incidentes humanos, dos quais 16 são mortos, 73 pessoas detidas, 42 pessoas baleadas e uma atropelada". Também vários edifícios foram destruídos, entre eles "sedes e residências de membros do partido FRELIMO".
Esta terça-feira, muitas avenidas das principais cidades estão bloqueadas por barricadas, com pedras a impedir o trânsito, e uma forte presença policial.
Wilker diz que não há indícios de que os ânimos " possam acalmar, porque as mortes continuam durante início desta tarde. Os tiros não param".
O representante da plataforma eleitoral decide condena o "olhar impávido e o silêncio das autoridades", para uma situação que "não surpreende".
"A violência está a tomar uma proporção alarmante, mas já tínhamos alertado que podia acontecer caso não fosse apurada a verdade eleitoral", remata.