Que indicações saídas das eleições para o Parlamento Europeu serão decisivas no próximo ciclo político doméstico a iniciar com as legislativas de outubro? O tema esteve em análise na edição desta semana do programa Conversas Cruzadas da Renascença.
Mais do que suavizar o resultado em votos absolutos do PS, aos socialistas terá sido decisivo o “fator 11 pontos” de diferença para o PSD, colocando o partido liderado por Rui Rio em mínimos históricos.
Uma semana depois das eleições europeias o cenário político doméstico avalia vitórias e derrotas do quadro saído de uma ida às urnas marcada por um pano de fundo nada positivo: os 70% de abstenção.
Se PSD, CDS e PCP estão entre os partidos a não conseguir evitar assumir a derrota qual é a verdadeira dimensão dos resultados positivos de PS, BE e, em particular do PAN? Há então três derrotados e três claros vencedores?
Das Europeias sai um processo prático para resolver problemas políticos dos quais conhecemos três valores e é preciso conhecer um quarto valor, leia-se, uma maioria absoluta? Podem os resultados das europeias ser transpostos de forma mecânica para as legislativas?
E que efeitos terão na liderança do PSD? Na oposição interna Jorge Moreira da Silva, ex-vice de Passos Coelho, foi o único dos possíveis candidatos ao lugar a apontar responsabilidades a Rui Rio pelos resultados do último domingo. Num artigo de opinião publicado no Expresso, Moreira da Silva diz que o número um do PSD se devia ter demitido e convocado eleições diretas.
Estas são algumas das questões para o debate com Nuno Garoupa, professor da GMU Scalia Law, universidade em Arlington, na Virginia EUA, Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho e Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.