O Tribunal da Relação não aceita afastamento do juiz Carlos Alexandre da "Operação Marquês", avança a SIC Notícias.
A defesa do arguido José Sócrates tinha pedido a substituição do juiz, alegando impedimento de Carlos Alexadre para julgar o caso.
O ex-primeiro ministro José Sócrates está formalmente acusado pelo Ministério Público (MP) de 31 crimes, no âmbito da "Operação Marquês".
A acusação detectou a alegada prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político , 16 de branqueamento de capitais , nove de falsificação de documento e três de fraude fiscal qualificada .
Os factos em investigação tiveram lugar entre 2006 e 2015, ou seja, com Sócrates primeiro-ministro (2005 a 2011) e depois de deixar o cargo.
No despacho final de acusação, com mais de quatro mil páginas, o MP deu como provada a relação com Carlos Santos Silva e os benefícios ao grupo Lena, com os quais o ex-primeiro-ministro terá ganho 34 milhões de euros. Esta verba chegou alegadamente ao ex-PM através de um esquema que mascarou dinheiro vindo dos grupos Lena, Espírito Santo e Vale do Lobo.
Há ainda mais 28 arguidos acusados, 19 pessoas singulares e nove pessoas colectivas, no âmbito da designada Operação Marquês.
O empresário e seu amigo Carlos Santos Silva foi acusado de 33 crimes , entre os quais corrupção passiva de titular de cargo político, corrupção activa de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documento, fraude fiscal e fraude fiscal qualificada.
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal acusou também o banqueiro Ricardo Salgado de 21 crimes económicos e financeiros: corrupção activa de titular de cargo político, corrupção activa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
O antigo presidente da PT Zeinal Bava está acusado de cinco crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
Henrique Granadeiro, ex-administrador da PT, está acusado de corrupção passiva (um crime), branqueamento de capitais (dois), peculato (um), abuso de confiança (um) e fraude fiscal qualificada (três).
O ex-ministro e antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara foi acusado pelo MP de cinco crimes: corrupção passiva de titular de cargo político (um), branqueamento de capitais (dois) e fraude fiscal qualificada (dois).