Exército, Força Aérea e Marinha garantiram ao Ministério da Defesa Nacional que não produziram ou divulgaram qualquer relatório "com o teor ou âmbito" do documento noticiado pelo semanário "Expresso" no sábado passado, relativo ao furto de Tancos.
O ministério de Azeredo Lopes pediu, na segunda-feira, aos ramos para averiguarem internamente a possibilidade "de ter sido produzida ou divulgada" qualquer "informação com teor e âmbito" referidos no relatório atribuído pelo jornal a "serviços de informações militares".
Para além dos CISMIL (centro de informações militares, no Estado-Maior General das Forças Armadas), os ramos têm também os respectivos serviços de recolha de informação.
No ofício enviado na segunda-feira aos ramos, a que a agência Lusa teve acesso esta quinta-feira, o ministro da Defesa pediu respostas "com a máxima urgência", acrescentando que as notícias em causa "se referem expressamente a `serviços de informações militares" e a "documentos sobre segurança militar" referentes ao "incidente de segurança" nos paióis de Tancos que "terão sido comunicados a determinadas entidades públicas".
Na resposta, com data de terça-feira, o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, refere que o ramo "não produziu qualquer informação com o teor e o âmbito" referidos nas notícias.
A Marinha respondeu na segunda-feira que os seus serviços "não produziram ou divulgaram qualquer relatório ou informação que possa ser relacionada com o assunto" e, na quarta-feira, a Força Aérea referiu igualmente que "não foi produzido ou divulgado" pelos seus serviços "qualquer informação com o teor ou âmbito” noticiados.
O semanário "Expresso" divulgou, no sábado, um relatório, que atribuiu aos "serviços de informações militares", com cenários "muito prováveis" de roubo de armamento em Tancos e com duras críticas à actuação do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, na sequência do caso conhecido em 29 de Junho.
No domingo, o ministro da Defesa Nacional admitiu que o noticiado relatório sobre o furto de armamento da base de Tancos tenha sido "fabricado" e que possam existir "objectivos políticos" na sua divulgação.
No sábado, o Estado-Maior General das Forças Armadas divulgou um comunicado a esclarecer que o seu Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) não produziu qualquer relatório sobre o assunto.
No sábado à noite, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o documento não pertence a "nenhum organismo oficial" do Estado.
Numa nota divulgada posteriormente na sua página da Internet, o Expresso reiterou que "o documento existe e é verdadeiro" e que "foi elaborado, tal como se escreveu, para conhecimento da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária e do Serviço de Informações de Segurança (SIS)".