Invasão do Congresso em Brasília danifica vitral e mural de Di Cavalcanti
09-01-2023 - 12:10
 • Olímpia Mairos

Diversas autoridades e instituições ligadas à proteção dos monumentos públicos já manifestaram a sua preocupação com os dados provocados ao património.

Os manifestantes pró-Bolsonaro que invadiram no domingo o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, complexo idealizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, danificaram importantes obras de arte da cultura brasileira.

De acordo com a Folha de S. Paulo, uma das obras que sofreu danos foi Araguaia, vitral da artista franco-brasileira Marianne Peretti, de 1977, que fica no salão verde da Câmara dos Deputados. Já no Planalto, foi furada pelos manifestantes a tela Mulatas, pintada em 1962 por Di Cavalcanti.

No Supremo Tribunal Federal, foi arrancada cadeira da presidente Rosa Weber, concebida pelo designer Jorge Zalszupin, danificado um crucifixo e pichada a escultura A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, de 1961.

De acordo com o jornal, os manifestantes também invadiram e danificaram a sala da liderança do PT, e, ao lado, incendiaram um snack-bar que tinha por detrás um painel de azulejos do artista Athos Bulcão.

Diversas autoridades e instituições ligadas à proteção dos monumentos públicos já manifestaram a sua preocupação. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo, CAU, por exemplo, classificou a invasão como um atentado grave contra “o primeiro conjunto urbano do século XX reconhecido como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas”.

Segundo Marcos Olender, diretor de projetos do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, ICOMOS, citado pela Folha de S. Paulo, é difícil avaliar o valor das obras danificadas, classificando de “muito grave” o que aconteceu.

Brasília é Património Mundial da Unesco desde 1987.