A China tem um problema com a Covid-19: a política de “Covid Zero”. Xi Jinping e o partido comunista chinês obrigam a confinamentos imediatos e a outras restrições ao menor sinal de Covid.
A China é um país enorme, com 1,4 mil milhões de habitantes, que assim não se livrou ainda da pandemia; ou melhor, não se livrou ainda dos meios para combater essa pandemia.
Em dezenas de cidades, de muitos milhões de habitantes, registam-se na China casos de escassez de alimentos e de outros bens de primeira necessidade, em resultado de severos confinamentos e bloqueios de transportes.
As pessoas estão fechadas em casa e não podem sair para comprar comida. Nos prédios os elevadores são desligados pelas autoridades para impedir as pessoas de saírem.
Xi Jinping decretou esta política, que nos parece irracional, no início da pandemia. Mantê-la, apesar dos protestos que se multiplicam, parece ser um ponto de honra para o partido comunista chinês e para o seu líder, pelo menos até ao 20.º congresso do partido que se realiza em meados de outubro e que decidirá manter Xi no poder indefinidamente. Até lá, pelo menos, Xi e o partido não podem perder a face, doa a quem doer.
As consequências da política "Covid Zero" na economia chinesa são graves. Já surgiram estimativas abaixo de 3% para o crescimento económico chinês no corrente ano. São taxas de crescimento distantes das elevadas taxas de há anos. E agravaram-se as desigualdades entre ricos e pobres, que Xi Jinping prometera reduzir.
Quando, na passada segunda-feira, o barril de Brent desceu para menos de 92 dólares, um dos fatores apontados para essa baixa foi o abrandamento económico na China e a consequente moderação na procura de petróleo por este país.
A política de “Covid Zero” suscita manifestações e protestos por toda a China. Ao que Xi Jinping responde que abandonar essa política provocaria “consequências inimagináveis”. É a ditadura dita do proletariado.