O PSD manifestou-se, esta segunda-feira, insatisfeito com os esclarecimentos do ministro da Defesa no debate em plenário sobre Tancos, com o CDS-PP a reiterar o pedido de demissão e o PS a afirmar a confiança em Azeredo Lopes.
No final do debate de actualidade pedido pelo CDS-PP e pelo PSD sobre o "alegado furto no paiol de Tancos", o social-democrata Costa Neves disse que irá continuar a suscitar as questões em sede de comissão parlamentar e, "se for necessário", no plenário da Assembleia da República.
"Nós saímos daqui como saímos das audições que promovemos na comissão", criticou.
Na abertura do debate, o deputado social-democrata Sérgio Azevedo identificou vários pontos que continuam sem resposta, nomeadamente "perceber se houve de facto um furto no paiol de Tancos", o que aconteceu nas 24 horas seguintes", e disse que o objectivo do debate não é "agastar nem o Governo, nem o ministro da Defesa" e sim "a favor de uma tutela competente" numa área de soberania.
Pelo CDS-PP, o deputado João Rebelo reiterou o pedido de demissão de Azeredo Lopes, apontando a "inadequação ao cargo" e o "isolamento político" do governante.
"Saia, senhor ministro, não espere pelas eleições ou pela próxima remodelação, saia pelo seu próprio pé", atirou João Rebelo, classificando como "irresponsáveis" as declarações de Azeredo Lopes em entrevista ao DN e à TSF, admitindo, numa alusão à falta de provas, que "no limite, pode não ter havido furto".
Presente no debate, com os secretários de Estado da Defesa, Marcos Perestrello, e dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, Azeredo Lopes optou na sua intervenção por não se referir àquelas afirmações, que suscitaram dúvidas também ao PCP, ao BE e ao PEV.
Intervindo quase no fim do debate, o deputado do PS José Miguel Medeiros assumiu a defesa do ministro Azeredo Lopes, declarando que "o PS, como os portugueses, confia na capacidade do Governo e do ministro da Defesa para conduzir este assunto, com o sentido de responsabilidade e a serenidade que se exigem".
José Miguel Medeiros criticou o PSD e o CDS-PP pela "excitação" e "frenesim político-partidário sem precedentes em torno das questões de Defesa Nacional".