O Papa enviou este sábado uma mensagem a D. Alexis-Mitsuru Shirahama, bispo de Hiroshima, cidade onde decorre a cimeira dos G7
“A escolha de Hiroshima como ponto de encontro é particularmente significativa à luz da contínua ameaça do uso de armas nucleares”, escreve Francisco.
“É para esse futuro que homens e mulheres responsáveis olham agora com preocupação, sobretudo na sequência da experiência de uma pandemia global e da persistência de conflitos armados em várias regiões, incluindo a devastadora guerra travada em solo ucraniano.”
O Papa sublinha que Hiroshima, como “símbolo da memória”, proclama com veemência “a inadequação das armas nucleares para responder eficazmente às grandes ameaças atuais à paz e para garantir a segurança nacional e internacional”. E alerta para “o impacto humanitário e ambiental catastrófico que resultaria do uso de armas nucleares, bem como o desperdício e mau uso de recursos humanos e económicos que a sua produção acarreta”, sem subestimar “os efeitos do clima persistente de medo e desconfiança gerado pela mera posse deles, que compromete o crescimento de um clima de confiança mútua e diálogo. Neste contexto, as armas nucleares e outras armas de destruição em massa representam um multiplicador de risco que apenas dá uma ilusão de paz”.
O Papa sublinha que a segurança global deve ser integral e “fortalecer o multilateralismo e a cooperação internacional entre atores governamentais e não governamentais, com base na profunda interconexão entre esses temas, o que torna necessário adotar uma abordagem de cooperação multilateral responsável”.
Francisco diz que reza para que a cimeira dê bons frutos e demonstre uma visão voltada para o futuro ao estabelecer as bases para uma paz duradoura e uma segurança estável e sustentável a longo prazo.