O ministro da Educação assegurou esta segunda-feira que não vão ser, nem o seu ministério, nem os diretores das escolas, que vão pedir “intervenção de outras autoridades” para suster os jovens que protestam nas escolas, de Lisboa, em defesa do ambiente.
“Não contem com o Ministério da Educação, nem com os diretores das escolas para pedir intervenção de outras autoridades, que não seja a própria autoridade que os diretores têm, e a autoridade do diálogo e da capacidade de escutar estes jovens”, esclareceu, João Costa.
À margem do anúncio do Prémio José Saramago, promovido pela Fundação Círculo de Leitores, o ministro voltou a reafirmar que os estudantes estão a lutar por uma causa justa, embora tenham atirado “ao alvo errado”.
“Estes jovens lutam por uma causa justa, pelo planeta. Eu diria que as escolas são o alvo errado, porque as escolas são, exatamente, um lugar onde se promove consciência ambiental, consciência para a sustentabilidade do planeta”, argumentou.
Para João Costa, estes momentos de protesto, “são momentos de visibilidade, mas que não devem ficar por aqui, pois o que nos interessa mais, é envolver os jovens nos processos de decisão”
Recorde-se que a última semana, em reação aos protestos pelo fim dos combustíveis fósseis de vários alunos, João Costa já tinha saudado a ação dos jovens, dizendo que estava “orgulhoso”.
Confrontado com o panorama atual de várias escolas em Lisboa, o ministro da Educação louvou a atitude dos muitos jovens portugueses e reforçou a importância da consciencialização dos mais novos para a urgência climática.
“É de saudar vermos uma geração fortemente comprometida com a transformação do mundo e a interpelar os adultos, os responsáveis políticos, que temos responsabilidades políticas de ação para nos alinharmos com aquelas que são as suas preocupações”, referiu, na ocasião.
Por outro lado, homenageou os diretores de todas as escolas onde os alunos têm levado a cabo vários protestos, afirmando que estes responsáveis escolares têm tido "muita sensibilidade" na forma como têm gerido estes episódios sempre "em diálogo com os alunos".
"A causa é justa e nobre. Orgulha-me que o país tenha jovens que se mobilizam pelo planeta”, sublinhou.