Os três reféns israelitas mortos por engano em Gaza pelos militares de Israel seguravam uma bandeira branca. É o que avança a imprensa internacional, que cita fonte do exército de Telavive.
Segundo uma investigação inicial, um dos soldados viu sair os reféns de um edifício com a bandeira de tréguas. O militar julgou que eram terroristas e acabou por disparar.
As vítimas, Yotam Haïm, de 28 anos, Samer al-Talalqa, de 25, e Alon Lulu Shamriz, de 26, foram mortas durante operações num bairro da Cidade de Gaza, segundo o exército. O bairro em questão situa-se numa área de intenso combate onde militares do Hamas operam vestidos à civil.
Os três homens estavam entre as cerca de 250 pessoas feitas reféns durante o ataque sem precedentes lançado em 7 de outubro pelo Hamas em solo israelita, que deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades. Até à data, 129 reféns continuam detidos em Gaza.
O porta-voz explicou que os reféns teriam surgido no meio da zona de combate, a poucas dezenas de metros de um dos soldados israelitas, que os identificou como figuras suspeitas, "se sentiu ameaçado e abriu fogo contra eles".
Segundo o porta-voz do exército israelita, duas das pessoas foram imediatamente mortas e a terceira ficou ferida, tendo corrido para um prédio e pedido "claramente ajuda em hebraico", o que levou o comandante do batalhão a emitir "uma ordem de cessar-fogo".
No entanto, outro tiro foi disparado, levando à morte do jovem.
Segundo o porta-voz, este é um incidente que "viola as regras de combate" do Exército israelita, ainda que tenha insistido que a informação é preliminar neste momento e que já está em curso uma investigação "ao mais alto nível".
No entretanto, Israel abriu, igualmente, uma investigação à morte de dois palestinianos na Cisjordânia, após a divulgação de um vídeo por um grupo israelita de direitos humanos.
As imagens mostram uma alegada execução a dois homens desarmados, um deles incapacitado, durante uma operação militar a um campo de refugiados. O grupo de direitos humanos B’Tselem acusa mesmo o exército israelita de realizar duas 'execuções ilegais'.
Tudo isto acontece numa altura de elevada contestação ao Governo israelita, com várias centenas de pessoas a saírem à rua em Telavive a apelar a um cessar-fogo e o regresso imediato dos reféns detido pelo Hamas.
Também em Portugal acontecerá, este sábado à tarde, um cordão humano para defender o mesmo.
Por sua vez, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que já apresentou condolências às famílias, fala numa "tragédia insuportável". Netanyahu garante que vão continuar os esforços para resgatar todos os reféns detidos pelo grupo terrorista palestiniano.
[notícia atualizada às 14h14 de 16 de dezembro de 2023]