Um tribunal alemão rejeitou esta um recurso da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, que pretendia que o Departamento Federal para a Proteção da Constituição não classificasse a sua juventude partidária como extremista.
A decisão do Tribunal Administrativo de Colónia (oeste do país) ainda pode ser alvo de um recurso da AfD para um tribunal superior.
De acordo com o tribunal, a análise das provas leva à convicção de que a Alternativa Jovem (JA) é uma organização com características e intenções extremistas.
A decisão refere que a JA defende uma conceção puramente ética do povo alemão e que uma das suas ideias centrais consiste em eliminar, tanto quanto possível, os elementos estrangeiros, o que atenta contra a dignidade humana, garantida no artigo 1.º da Constituição.
Além disso, a JA promove uma constante "agitação xenófoba e islamófoba" e descreve sumariamente os estrangeiros como vagabundos e criminosos.
O tribunal considerou ainda que a JA tem contactos com organizações anticonstitucionais, como o chamado Movimento Identitário.
Em 2019, o Gabinete Federal para a Proteção da Constituição classificou-a como um "caso de suspeita".
Em 2023, a entidade federal notou um aumento da posição antidemocrática da organização e passou a monitorizá-la com os seus próprios recursos dos serviços secretos.
Nesse mesmo ano, em junho, a AfD e a JA apresentaram uma queixa no Tribunal de Colónia, pedindo uma proteção provisória, que foi agora rejeitada.
O recurso contra a decisão pode ser interposto junto do Tribunal Administrativo Regional de Munster.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, congratulou-se com a decisão e afirmou que esta mostra que a Alemanha está a utilizar os instrumentos institucionais para defender a democracia.
"A decisão de hoje mostra que estamos a utilizar os instrumentos de que dispomos para defender a democracia. O nosso país define-se pela defesa da democracia, da diversidade e da dignidade humana, contra as quais a extrema-direita apenas sente ódio e desprezo", afirmou, em comunicado.