A Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia justifica o eventual encerramento de maternidades para evitar "imprevisibilidade". É o que diz à Renascença o coordenador desta comissão, Diogo Ayres de Campos.
A proposta de fecho de serviços tem causado polémica. Diogo Ayres de Campos assegura que o documento elaborado pela comissão não tem por objetivo é criar alarme, mas sim concentrar recursos e evitar que os utentes sejam apanhados de surpresa com o fecho repentino de urgências como tem acontecido.
“Achamos, na Comissão, que é preferível os utentes saberem com o que contam e ter sempre uma [maternidade] aberta, do que não haver previsibilidade naquilo que é o encerramento das urgências, que é o que está a acontecer neste momento, mesmo depois da altura do Verão”.
A proposta, diz Diogo Ayres de Campos, já foi entregue ao ministro da Saúde e a decisão é agora do Governo.
“Nesse documento foram identificadas as maternidades onde seria possível que os cuidados urgentes de obstetrícia, ginecologia e o bloco de partos fossem temporariamente ou permanentemente passados para outros hospitais nas redondezas”, disse.
Diogo Ayres de Campos reconhece que “ninguém gosta disto, como é óbvio, mas a questão é que, neste momento, há uma imprevisibilidade total sobre quais são as maternidades que vão ter contingências”.
Já esta quarta-feira, o ministro da Saúde garantia que, até ao final deste ano, nenhuma maternidade vai encerrar. A decisão só vai ser tomada no próximo ano pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, novo organismo liderado por João Araújo.
De acordo com informação avançada por vários meios de comunicação social, estarão em causa as urgências de obstetrícia e ginecologia de Vila Franca de Xira, Barreiro, Covilhã e Castelo Branco.