O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia garantiu, esta sexta-feira, que esta operação militar tem como objetivo libertar o povo ucraniano e não ocupar o país.
“Putin tomou a decisão de realizar uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia para que, livres da opressão, os próprios ucranianos pudessem determinar livremente seu futuro”, disse Sergei Lavrov em conferência de imprensa.
Lavrov disse que a Ucrânia tem de ter um governo novo e independente que “não esteja concentrado no nazismo e no extermínio do povo russo”. “É preciso libertar a Ucrânia do nazismo”.
“A Ucrânia está a ser controlada a partir de fora,
nomeadamente, pelos Estados Unidos”, acusa.
Garantiu que o país está pronto para dialogar com Kiev. “Estamos preparados para negociações a qualquer momento, assim que as forças armadas da Ucrânia responderem ao nosso apelo e deporem as armas.”
Nesta intervenção voltou a sublinhar que “ninguém na Rússia
está a pensar atacar civis ucranianos, estamos a atacar alvos militares”,
garantiu.
“Ninguém está a pensar em
atacar o povo ucraniano, só não queremos que neonazis continuem a governar.”
O ministro defende que os acordos de Minsk foram sabotados. “Nós
somos pela solução diplomática de problemas. Os acordos de Minsk são exatamente
isso”, mas o Ocidente não os queria cumprir. “Os acordos só seriam cumpridos
nas partes que lhes interessava”.
A Rússia lançou, na quinta-feira de madrugada, uma ofensiva militar em território da Ucrânia , com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou pelo menos meia centena de mortos, 10 dos quais civis, em território ucraniano, segundo Kiev.
Vladimir Putin disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU. Foram decretadas sanções pesadas.