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O presidente da Câmara Municipal de São João da Pesqueira escreveu ao Governo a reivindicar “medidas urgentes que evitem a iminente e quase certa rutura do setor vitivinícola, da vida das pessoas e empresas” na região do Douro, devido à Covid-19.
O concelho assume-se como o maior produtor de vinho do Porto, cerca de 90 por cento de toda a atividade económica assenta na vitivinicultura e, segundo a autarquia, a pandemia do novo coronavírus veio agravar ainda mais a situação que se tem vivido no Douro, nos últimos anos.
“Os vinhedos típicos de zonas de montanha envolvem no seu cultivo grandes custos de produção, com baixas produções médias por hectare. A agravar este quadro, os últimos anos têm sido particularmente difíceis para a viticultura duriense, havendo um significativo e generalizado endividamento dos pequenos e médios operadores”, descreve o autarca.
Manuel Cordeiro declara que as vendas de vinho estão “completamente paralisadas, o que se refletiu de imediato na cessação da comercialização de vinhos, com a inerente acumulação de ‘stocks’, imobilização de capital e falta de liquidez”.
Neste contexto, solicita ao Governo “uma atenção redobrada”, tendo em conta que “o subsetor do vinho representa o produto com maior peso nas exportações”.
As medidas a tomar para minimizar os prejuízos, segundo o presidente da autarquia, “passarão necessariamente por instrumentos fiscais e de segurança social (IVA, IRS, IRC, gasóleo agrícola, TSU)”, e ainda pela “colaboração da banca na questão de juros, períodos de carências e prazos de pagamento dos créditos”.
“Uma solução de oportunidade poderá também passar pela implementação da produção de álcool, a partir das uvas produzidas na região, com preços mínimos por pipa que assegurem a sustentabilidade económica da atividade, impedindo assim os negócios oportunistas e a baixo preço da matéria prima”, acrescenta a autarquia em comunicado.
O presidente da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, sugere ainda “apoios ao armazenamento do vinho, o envolvimento da União Europeia e o estudo de ajudas comunitárias”.
A “devolução à região do Douro do montante de cerca de 10 milhões de euros correspondente a taxas pagas pela lavoura duriense, cativos há anos no Instituto dos Vinhos do Douro e Porto”, é outra das reivindicações de S. João da Pesqueira.