Depois de 15 meses de negociações, o Ministério da Saúde e os dois sindicatos dos médicos continuam a não conseguir um entendimento em relação a duas das matérias mais importantes: as grelhas salariais e a dedicação plena, bem como um acordo global para toda a classe.
“Nós sabemos e temos perfeita consciência que, apesar da carga fiscal que os portugueses têm, isto é uma situação difícil e, da nossa parte, não queremos resolver para ontem tudo o que se acumulou nos últimos sete anos e estamos disponíveis para que isso aconteça em termos faseados”, refere o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha.
“O que não é possível é ter propostas de aumentos salariais de 1.6% serem considerados aumentos salariais em termos gerais. A dedicação plena que o sr. ministro apresenta tem de ser melhorada”, remata Jorge Roque da Cunha.
De acordo com o SIM, falta ao governo “dar um sinal claro aos médicos portugueses que quer tratar dos seus salários e que quer criar condições para que os médicos não saiam do SNS”.
Já Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), insiste na nomeação de um mediador e pede rapidez na resolução dos problemas.
“Continuamos a achar que precisamos de celeridade no processo, e mantemos a nossa posição de chamarmos um mediador independente, para tentar que isto se resolva. Porque o Serviço Nacional de Saúde não pode esperar mais”, referiu.
Ambos os sindicatos vão manter as greves previstas depois desta reunião que ocorre depois de os médicos terem respondido, com uma adesão de cerca de 90%, às greves nacionais.