O PSD requereu, esta sexta-feira, uma audição na comissão parlamentar de saúde à ministra Marta Temido, assim como a 10 entidades do setor, na sequência das agressões a profissionais ocorridas em hospitais, atribuindo a violência à atual "falência funcional" do SNS.
Além da ministra, os deputados Ricardo Baptista Leite e Álvaro Almeida solicitam a audição da Direção-Geral da Saúde, da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, da Entidade Reguladora da Saúde, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), da Ordem dos Médicos, da Ordem dos Enfermeiros, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), do Sindicato Democrático dos Enfermeiros (Sindepor) e da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).
O pedido surge no seguimento das três agressões mais recentes a profissionais do setor da saúde, sendo que duas destas ocorreram no Centro Hospitalar de Setúbal e a outra no Centro de Saúde de Moscavide, em Lisboa, pode ler-se no comunicado.
O partido considera que a "crescente violência contra profissionais de saúde" é consequência do "estado de autêntica falência funcional em que se encontra o SNS" e que estes casos, além de provocarem "alarme social", põem também em causa "a confiança e mesmo a segurança dos profissionais e dos utentes do SNS".
"Considerando o PSD que a violência contra profissionais de saúde é absolutamente inadmissível e mesmo intolerável, entende ser urgente obter uma informação detalhada, rigorosa e atualizada sobre as reais condições de segurança dos profissionais do SNS e, bem assim, receber contributos que permitam reverter esta situação", adianta o partido.
Mais de 600 incidentes de violência contra profissionais de saúde foram registados nos primeiros seis meses de 2019, sendo que a maioria das notificações respeitam a assédio moral ou violência verbal.
Os dados disponibilizados pela Direção-geral da Saúde mostram um acumulado ao longo dos anos, pelo menos desde 2013, de 4.893 notificações de violência contra profissionais de saúde até fim de junho de 2019. Entre o final de 2018 e julho de 2019 registou-se um acréscimo de 637 incidentes de violência.